Honda VFR800X Crossrunner 2011

Honda VFR800X Crossrunner 2011

O V4 Polivalente em Revisão de Longo Prazo

Reflexão sobre meu teste de pilotagem com a Honda VFR800X Crossrunner! Quando nos encontramos há 14 anos: Um reencontro emocionante

nastynils

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published on 20/04/2025

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É difícil acreditar que meu primeiro contato com a Honda Crossrunner já aconteceu há 14 anos. Em abril de 2011, desembarquei em Mallorca, com expectativas mistas na bagagem. As primeiras fotos de imprensa me deixaram cético – o novo conceito da Honda parecia um pouco desajeitado e pesado no papel. Mas, como tantas vezes na vida: a primeira impressão engana. Quando avistei a moto sob o sol mediterrâneo no estacionamento do nosso acampamento base, a situação já era outra. Mais esguia, elegante, harmoniosa. Apenas de um ângulo frontal oblíquo a estética ainda parecia estranha – o preço a pagar por os designers terem encaixado um autêntico motor V4 neste novo conceito de crossover.

Naquela época, a Honda optou por uma abordagem pragmática. Sem papo furado de marketing, sem história de modelo lendário para se apoiar – apenas o resultado de uma pesquisa de mercado objetiva. Era para ser simplesmente uma moto que cobrisse muitos propósitos ao mesmo tempo. Um faz-tudo para aqueles que não têm o luxo de ter uma moto diferente para cada ocasião na garagem. Essa honestidade já me impressionava naquela época.

O que me impressionou ainda mais, quase me surpreendeu, foi o motor. Esse V4, que parecia sem graça no papel com seus 102 CV, revelou-se um destaque emocional nas estradas sinuosas de Mallorca. O motor rugia de forma arrebatadora pelas paisagens montanhosas, com uma faixa de rotação que ia desde baixas até vertiginosas 12.000 rpm. Em uma classe de veículos onde predominavam motores monocilíndricos ou bicilíndricos, esse refinado quatro cilindros se destacava completamente – no melhor sentido possível.

O Equilíbrio Perfeito: O que Tornava a Crossrunner Tão Especial

O que realmente ficou marcado na minha memória daquele teste foi o notável equilíbrio da moto. Os engenheiros da Honda haviam realizado 120 testes em túnel de vento e investido inúmeras horas de desenvolvimento na calibração da suspensão e da ergonomia. O resultado foi convincente: a Crossrunner não era nem instável nem pesada, mas sim exatamente naquele ponto de equilíbrio que inspira confiança e acelera até mesmo pilotos experientes.

Na época, percorremos por horas as diversificadas estradas de Mallorca – passando por vilarejos estreitos, estradas sinuosas de montanha, ao longo da costa. Em todos os lugares, a Crossrunner deixou uma impressão soberana. O sistema de frenagem combinado com ABS, a suspensão bem ajustada para os padrões europeus, a posição de pilotagem controlável e confortável – tudo isso transmitia a sensação de estar pilotando uma moto bem pensada e equilibrada. Não era espetacular, mas sólida e confiável em todas as situações.

Claro, havia também pontos de crítica: o tacômetro era difícil de ler sob a luz do sol, a pré-carga da suspensão traseira só podia ser ajustada de forma complicada com uma chave de gancho, e após longas distâncias, o ângulo um pouco apertado dos joelhos tornava-se perceptível. No entanto, todas essas pequenas questões não conseguiram ofuscar a impressão positiva geral: a Honda havia criado um polivalente versátil que ocupava sua posição de maneira habilidosa entre esporte, turismo e uso diário.

14 Anos Depois: O Que a Comunidade Diz Sobre Este Clássico Duradouro

Recentemente, ao me deparar novamente com fotos do meu teste em Mallorca, me perguntei: O que aconteceu com a Crossrunner? Como ela se saiu ao longo dos anos? Para encontrar respostas, mergulhei profundamente em nossa comunidade online – e fiquei surpreso com a quantidade de fãs fiéis que esta moto subestimada ainda possui.

Um consenso que aparece nos comentários é a durabilidade da primeira geração (2011-2014). "Minha Crossrunner já tem 120.000 km e ainda funciona como no primeiro dia", escreve um proprietário no fórum 1000PS. O motor V4 parece ser praticamente indestrutível, o que não surpreende, considerando sua origem na comprovada VFR800. Danos ao motor são praticamente desconhecidos, desde que os intervalos de manutenção recomendados sejam seguidos.

É interessante notar que muitos proprietários mantiveram suas Crossrunner por muitos anos – um sinal de que o conceito realmente funcionou. Essa versatilidade, aliada à proverbial confiabilidade da Honda, deu ao modelo uma base de fãs leais.

O facelift (atualização de design e tecnologia) introduzido em 2015 (frequentemente chamado de segunda geração) trouxe algumas melhorias significativas: mais potência, uma suspensão refinada, melhor ergonomia e uma aparência mais moderna. Muitos membros da comunidade veem essa atualização como uma evolução bem-sucedida, que preserva as forças originais e corrige as fraquezas.

A Perspectiva de Longo Prazo: Durabilidade e Pontos Fracos Típicos

Falando em fraquezas: Quais problemas surgiram em 14 anos de uso prático? O consenso de diversos fóruns e relatórios de especialistas pinta um quadro predominantemente positivo, mas também revela algumas falhas típicas que potenciais compradores de usados devem conhecer.

Na primeira geração (2011-2014), os proprietários ocasionalmente relatam problemas com o estator, a parte do alternador responsável pelo fornecimento de energia. Um sinal precoce disso é uma bateria que começa a enfraquecer gradualmente. O reparo não é excessivamente complexo, mas requer algumas horas de trabalho – e deve ser realizado aos primeiros sinais.

Outra característica que não percebi na época, mas que é frequentemente mencionada por proprietários de longa data, diz respeito ao sistema VTEC do motor. Este sistema alterna de duas para quatro válvulas por cilindro em cerca de 7.000 rpm, resultando em um aumento perceptível de potência. No dia a dia, alguns pilotos acham essa transição abrupta. Na comunidade, desenvolveram-se várias soluções "suavizadoras", desde ajustes simples na injeção até soluções de mapeamento específicas.

Os freios foram frequentemente criticados nos primeiros anos – não por falta de poder de frenagem, mas devido à integração CBS (Sistema de Frenagem Combinada), que alguns pilotos consideravam muito dominante. A Honda levou esse feedback em consideração em atualizações de modelos posteriores e ajustou a calibração de forma mais sensível.

No que diz respeito à manutenção, a Crossrunner é um típico produto Honda: confiável, mas com algumas peculiaridades de design. A verificação do jogo de válvulas a cada 24.000 km consome tempo e, portanto, é relativamente cara – mas alguns proprietários optam por ignorá-la ou realizá-la em intervalos mais longos devido à extrema durabilidade das válvulas e dos assentos das válvulas.

Teste da Honda Crossrunner em Mallorca no Ano de 2011

Durante o Teste da Honda Crossrunner em Mallorca no Ano de 2011

Análise do Mercado de Usados: Preços, Disponibilidade e Dicas de Compra

Quem deseja adquirir uma Crossrunner usada hoje encontrará uma oferta interessante. A primeira geração (2011-2014) já alcançou o status de dica acessível. Exemplares bem cuidados com 50.000-80.000 km podem ser encontrados a partir de cerca de 5.000 euros – um preço atraente para uma moto tão versátil e confiável. A segunda geração (a partir de 2015) mantém seu valor significativamente melhor; aqui, os preços começam em cerca de 7.500 euros e podem chegar a 10.000 euros para modelos mais novos com poucos quilômetros.

A disponibilidade é geralmente boa. Uma olhada nos classificados mostra que exemplares especialmente bem cuidados, com histórico de manutenção completo e poucos proprietários anteriores, muitas vezes são vendidos rapidamente.

No que se deve prestar atenção ao comprar? Além dos suspeitos habituais (histórico de manutenção, condição de desgaste da corrente, pneus e freios), há alguns pontos específicos do modelo a verificar. Na primeira geração, deve-se verificar o estado do estator já mencionado – de preferência através de um teste de bateria com o motor em funcionamento. No sistema VTEC, é importante garantir uma transição suave em cerca de 7.000 rpm.

Outro aspecto importante é a verificação do amortecedor traseiro. Em quilometragens mais altas, pode haver vazamento de óleo. Além disso, o ângulo apertado dos joelhos, que já critiquei no teste original, é algo que potenciais compradores devem verificar em um teste de pilotagem mais longo – especialmente pilotos mais altos podem ter problemas aqui.

Percepção Atemporal: O Que Ainda Torna a Crossrunner Relevante Hoje

Quando olho para trás, 14 anos após meu primeiro contato com a Honda Crossrunner, fico impressionado com a visão dos desenvolvedores da Honda. O que então parecia um híbrido estranho entre categorias estabelecidas se mostrou como algo inovador. Hoje, as motos "crossover" podem ser encontradas em todas as classes de cilindrada – a Kawasaki Versys, a série Yamaha Tracer ou mesmo a BMW F 900 XR seguem essencialmente o mesmo conceito que a Honda estabeleceu com a Crossrunner.

O que ainda torna a Honda especial hoje é seu motor V4, cheio de caráter, em uma classe de veículos normalmente dominada por motores em linha e V2. Este motor oferece uma experiência de pilotagem que muitos modelos atuais, otimizados para eficiência e emissões, não conseguem mais proporcionar.

Do ponto de vista atual, eu recomendaria a Crossrunner para aqueles que procuram uma moto versátil e confiável para o uso diário, sem abrir mão de caráter e uma experiência de pilotagem emocional. Especialmente a segunda geração oferece, com seu desempenho aprimorado e suspensão refinada, um pacote completo que não precisa se esconder em comparação com os modelos atuais.

As experiências da comunidade confirmam essencialmente minha avaliação na época: a Crossrunner não é uma moto para extremistas – nem para entusiastas de pistas de corrida, nem para aventureiros off-road. Ela é uma moto para o dia a dia, para o passeio de fim de semana, para as férias com bagagem. E é exatamente nesse espectro de uso versátil que ela continua a mostrar suas forças até hoje.

Ao lembrar do meu teste em Mallorca, recordo especialmente aquele momento em que acelerei o V4 a altas rotações e, ao mesmo tempo, experimentei a manobrabilidade da suspensão nas curvas fechadas – esse contraste entre propulsão esportiva e uma posição de pilotagem confortável e controlável fez o charme especial da Crossrunner. E esse charme parece permanecer intacto até hoje, como comprovam os muitos relatos de proprietários entusiasmados.

A Crossrunner pode nunca ter alcançado o status de culto de uma Africa Twin ou de uma Fireblade. Mas provou ser o que a Honda prometeu na época: Um companheiro confiável e versátil para o dia a dia – com aquele extra de caráter que faz a diferença entre um simples meio de transporte e uma moto que você ainda pilota com prazer depois de anos.

Quanto custa um Honda VFR800X Crossrunner?
Aqui encontrará uma visão geral do nível de preços das motas novas e usadas!
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Honda VFR800X Crossrunner 2011 - Experiences and Expert Review

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A Honda Crossrunner se estabeleceu como uma versátil "all-rounder", que habilmente desfoca as linhas entre sport-touring e adventure touring. Com seu motor V4 cheio de personalidade, ajuste de suspensão equilibrado e alta praticidade diária, ela atinge exatamente o ponto ideal para pilotos que buscam uma moto confiável para diversos propósitos. Ao longo dos anos, o conceito se provou eficaz, conquistando uma base de fãs leais que apreciam a durabilidade excepcional e o caráter emocional da moto.


Motor V4 cheio de caráter com amplo espectro de uso

excelente equilíbrio entre manuseio e estabilidade

alta confiabilidade a longo prazo

som emocionante

versatilidade de uso

bom proteção contra o vento

preços de usados estáveis

qualidade de construção acima da média

Tacômetro de difícil leitura sob luz solar

ausência de pré-carga hidráulica na suspensão traseira

ângulo apertado dos joelhos em viagens longas

transição abrupta do VTEC na primeira geração

aumento da manutenção na verificação do jogo de válvulas

problemas de estator nos modelos iniciais

peso relativamente alto de mais de 240 kg pronto para rodar.

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